É preciso avançar na compreensão de que o conhecimento está em constante construção e que as mudanças e as transformações são provocadas pelos desafios, pela curiosidade, pela diversidade, pela vontade, pelo desejo, pelas descobertas, pela solidariedade, pela comunicação, pelo estudo, pela pesquisa, pelo trabalho, pela convivência, pela fé, pelos movimentos culturais, políticos, sociais, econômicos e socioambientais. Agora, a relação do adolescente com a aprendizagem adquire outras abordagens, outras vias, outras exigências.
A adolescência é como descobrir o mundo pela segunda vez. É uma época de crises, mas também repleta de descobertas incríveis. É um período de mutação que começa com a puberdade e termina quando o indivíduo está apto a viver de maneira independente. É um período de estruturação mental que permite uma ruptura acentuada com a realidade concreta. É uma fase em que a consciência de si mesmo entra em crise, em que se procura afirmação por meio de um caos aparente e na qual se nega, ostensivamente, a forma de lidar com o tempo, com os sistemas lógicos e os de significação.
A evolução da inteligência supõe dois movimentos distintos e complementares:
- A construção de habilidades cognitivas cada vez mais abstratas, flexíveis e sistêmicas;
- A possibilidade de utilizá-las sempre em situações contextualizadas, com autonomia.
Em síntese, quanto mais a inteligência evolui, mais ela se torna abstrata, mas seu fio-terra, sua possibilidade de conectar-se ao chão lhe é vital, condição de saúde mental.
Na juventude atual, o processo de construção de identidade iniciado na infância torna-se particularmente crítico. São as referências socioculturais, locais e globais, o campo de escolhas que se apresenta ao sujeito e, dessa forma, amplia-se a esfera da liberdade pessoal e o exercício da decisão voluntária.
A identidade é construída em um processo de aprendizagem, o que reflete no amadurecimento da capacidade de integrar o passado, o presente e o futuro e também articular a unidade e continuidade de uma biografia individual.
No contexto da vida dos estudantes do 6º ao 9º ano, o Colégio apresenta outra configuração para a organização curricular nos pilares da pesquisa, da comunicação e da solidariedade, incluindo gradativamente, ano a ano, as alterações.
O currículo do Ensino Fundamental - Lei Federal 9394/1996, em seu texto original, define que “os currículos do ensino fundamental devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela” (art. 26).
O objetivo do Ensino Fundamental é a formação básica do aluno, buscando o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das artes, da tecnologia, e dos valores em que se fundamenta a sociedade, o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades, a formação de atitudes e valores, o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.